Fenômeno do mercado de trabalho afeta diretamente as finanças e a produtividade das empresas, além de resultar em perda de conhecimento e expertise.
Por Ana Gusmão, Diretora de Práticas de Gente da Falconi.
O turnover é uma preocupação crescente nas empresas. Identificar as causas e criar estratégias para combater a rotatividade de profissionais é essencial para garantir a competitividade e a sustentabilidade das organizações a longo prazo. Ainda mais quando se considera que o turnover pode custar até 150% do salário anual de um funcionário.
Em 2023, o índice de turnover atingiu até 43% em alguns setores. Entre as causas do problema estavam: desalinhamento cultural, oportunidades de crescimento limitadas, insatisfação com a liderança e pacotes de remuneração não competitivos. Questões pessoais, como mudanças geográficas, além de fatores de estresse, como o burnout, também contribuem para a rotatividade.
Outros fatores, segundo pesquisas, também impactam a permanência de funcionários nas empresas nos últimos anos. É o caso do turnover involuntário, geralmente relacionado ao desempenho insatisfatório, frequentemente ligado a reestruturações organizacionais e questões disciplinares. Fatores externos, como recessões econômicas e avanços tecnológicos, também influenciam diretamente nas demissões, tornando o fenômeno ainda mais complexo para as lideranças.
Impactos
A grande questão é que, seja ele voluntário ou involuntário, o turnover não afeta apenas as finanças das empresas, mas também sua cultura e produtividade. Os custos financeiros incluem recrutamento, treinamento e perda de produtividade, com estimativas variando entre 30% e 150% do salário anual do funcionário desligado. Além disso, a saída de colaboradores afeta a moral da equipe, aumenta a carga de trabalho dos que permanecem e prejudica a coesão da cultura organizacional.
Outro ponto crítico é a perda de conhecimento e expertise, que pode interromper projetos e reduzir a inovação. Além disso, a reputação da empresa também pode ser afetada, dificultando a atração de novos talentos e comprometendo a satisfação dos clientes, especialmente em setores que envolvem atendimento ao público.
Estratégias para mitigar o turnover:
Para combater o turnover, as empresas devem adotar uma abordagem estratégica e personalizada. Algumas ações recomendadas incluem:
- Fortalecer e gerenciar intencionalmente sua cultura organizacional: Criar uma cultura forte, coesa e um ambiente de trabalho que promova bem-estar, diversidade e inclusão é fundamental para engajar e reter colaboradores;
- Desenvolver líderes eficazes: Capacitar gestores para se tornarem líderes inspiradores pode aumentar a satisfação e o engajamento das equipes;
- Oferecer pacotes de benefícios competitivos: Salários e benefícios atraentes são essenciais para manter os funcionários;
- Promover o desenvolvimento de carreira: Implementar programas de mentoria e treinamento, além de oferecer planos de carreira claros, é uma das formas mais eficazes de manter talentos engajados.
Essas estratégias, quando aplicadas de forma integrada, reduzem consideravelmente o turnover, fortalecendo a retenção de talentos e promovendo um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo. No entanto, é comum que líderes e organizações busquem um “guia pronto” de fácil aplicação para reduzirem o turnover, mas entender cada organização, sua cultura e todas as dinâmicas que envolvem a experiência do colaborador são essenciais para desenvolver estratégias eficazes de retenção, sem desperdício de energia ou investimentos. Aqui temos como grande aliado o People Analytics.
O papel do People Analytics:
Para maximizar a eficácia dessas estratégias, é essencial que as empresas utilizem ferramentas como o People Analytics. Essa abordagem ajuda a entender melhor a dinâmica interna, as necessidades dos colaboradores e os pontos críticos que afetam a retenção, permitindo a criação de soluções mais assertivas e baseadas em dados.
Fonte: Mundo RH