O Einstein ampliará, até 2023, sua oferta de leitos virtuais de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) em todo o país. A organização passará dos 225 leitos vigentes para 537 leitos no próximo ano. Desses, mais de 80% (450 no total) serão dedicados a unidades públicas de saúde. A iniciativa de TeleUTI se dá com a realização de encontros virtuais diários das equipes do Einstein e da unidade atendida para discussão dos casos dos pacientes internados em UTIs de hospitais públicos e privados do Brasil.
Para Adriano José Pereira, coordenador médico de TeleUTI do Einstein, as unidades de terapia intensiva registraram avanços significativos, porém ainda é necessário investir para que esse tipo de estrutura esteja mais bem distribuído no país e chegue a lugares mais distantes, onde o acesso a profissionais especializados ainda é limitado. “É fundamental que façamos pesquisas que confirmem o real papel da TeleUTI na prática, medindo sua custo-efetividade e seu potencial para mudar a estratégia de atenção ao paciente grave no país”, comenta.
O modelo de TeleUTI era utilizado antes mesmo da pandemia de Covid-19 no Einstein. Em 2015, o hospital já realizava seus primeiros atendimentos virtuais na rede privada. Já o primeiro projeto na rede pública foi iniciado anos mais tarde, em 2019, por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS), em parceria com o Ministério da Saúde.
O atendimento de leitos virtuais é baseado em um tripé de conhecimento que consiste nos seguintes pilares: médico especialista, responsável por contribuir na construção de planos de cuidados e o estabelecimento de metas clínicas para cada paciente, com o apoio da equipe multidisciplinar local; gestão da prática, com compartilhamento de rotinas e protocolos assistenciais, cuja intenção é reduzir a variabilidade de cuidados, dar suporte à decisão e padronizar processos, agregando qualidade e segurança à beira leito; e gestão de indicadores da unidade, que visa promover melhoria contínua e evolução do desempenho assistencial para todos os pacientes.
“A TeleUTI contribui para reduzir desigualdades na alocação e distribuição de recursos, sendo uma potente alavanca de transformação da qualidade e segurança do cuidado de pacientes graves em larga escala no país”, comenta Leonardo Rolim Ferraz, líder da Rede Einstein de Pacientes Graves e diretor do Hospital Municipal M’Boi Mirim – Dr. Moysés Deutsch, administrado pela organização.
Em 2021, o Einstein realizou 20.000 visitas virtuais, o que resultou na absorção de novas condutas e protocolos médicos, melhora dos atendimentos e melhoria contínua de indicadores, fluxos, processos e desfechos de pacientes graves internados em UTIs públicas e privadas do Brasil
Fonte: Medicina/SA