Uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira 27, mostra mudanças de hábitos que aumentaram os riscos para diabetes, câncer e doenças cardiovasculares e respiratórias crônicas no Brasil. A saúde mental também foi bastante afetada. Segundo a pesquisa, feita pelo Covitel, Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas Não Transmissíveis em Tempos de Pandemia, entre o período pré-pandemia e o 1º trimestre de 2022, foi registrado um aumento de 41% no diagnóstico médico de depressão. Entre as mulheres houve aumento de 39,3%, e nas pessoas com maior escolaridade (12 anos ou mais de estudo), 53,8%.
A saúde mental também foi bastante afetada. Segundo o levantamento, feito pelo Covitel, Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas Não Transmissíveis em Tempos de Pandemia, entre o período pré-pandemia e o 1º trimestre de 2022, foi registrado um aumento de 41% no diagnóstico médico de depressão. Entre as mulheres houve aumento de 39,3%, e nas pessoas com maior escolaridade (12 ou mais de estudo), 53,8%. Com dados nacionais de 9 mil pessoas das cinco regiões do país, o levantamento aponta que 91,8% dos brasileiros avaliam negativamente seu estado de saúde, relatando estar ruim ou muito ruim.
De acordo com o relatório, esses problemas são impactos negativos da pandemia de Covid-19 na saúde da população brasileira. No Brasil, cerca de 70% das mortes são causadas por consequências das doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) e seus agravos. “O Covitel surgiu para contribuir com a construção de conhecimento sobre a influência da Covid-19 nos fatores de risco que levam ao aumento das prevalências de câncer, diabetes e doenças cardiovasculares e respiratórias crônicas”, diz Thais Junqueira, superintendente-geral da Umane. “Nós apoiamos, fomentamos e articulamos iniciativas focadas na prevenção de doenças e na promoção de saúde, no âmbito da saúde pública, com o objetivo de contribuir para que nosso sistema seja mais eficiente e resolutivo e a população brasileira tenha uma melhor qualidade de vida”, explica.
Outro dado importante é o crescimento da população com excesso de peso: 52,6% das pessoas com índice de massa corporal (IMC) igual ou maior a 25 kg/m². O consumo de legumes e verduras caiu 12,5% na população em geral e a prática de atividade física teve redução de 21,4% na proporção de pessoas que cumprem o recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). “O Covitel mostrou que a pandemia atrapalhou o enfrentamento das doenças crônicas não transmissíveis no Brasil, aumentando alguns comportamentos de risco, como a inatividade física”, reforça Pedro Hallal, epidemiologista, professor titular da Escola Superior de Educação Física da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e um dos coordenadores da pesquisa.
O Covitel também trouxe indicativos de como a pandemia agravou as desigualdades em saúde. Entre os 12 indicadores que tiveram mudanças estatisticamente significativas para o Brasil, o grupo de pessoas que perdeu o trabalho teve os piores resultados. Quando o enfoque é a Covid-19, as discrepâncias ficam evidentes. Enquanto 94,4% das pessoas com maior escolaridade (12 anos ou mais de estudo) tinham completado o esquema vacinal no 1º trimestre de 2022, apenas 76,9% daqueles com menor escolaridade (0 a 8 anos de estudo) tinham tomado todas as doses recomendadas. “Esses dados são fundamentais para a vigilância em saúde, orientando as prioridades, o planejamento e as ações relacionadas às políticas públicas de saúde”, afirma Pedro de Paula, diretor executivo da Vital Strategies. “Precisamos investir em uma agenda baseada em dados, trabalho conjunto, enfrentamento de desigualdades e, claro, combate às doenças crônicas não transmissíveis. Com inteligência em saúde pública, prevenimos doenças, promovemos a qualidade de vida e, principalmente, salvamos vidas”, acrescenta.
O Covitel é desenvolvido pela Vital Strategies, organização global de saúde pública, e pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel). A partir da articulação e financiamento da Umane, a pesquisa teve a pesquisa teve ainda co-financiamento do Instituto Ibirapitanga e apoio da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco).
Fonte: Veja
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