A tribuna da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo foi utilizada pelos parlamentares, nesta quarta-feira (31), para cobrar o Governo quanto ao atendimento a diversas demandas dos municípios paulistas. As requisições foram endereçadas às áreas da Saúde, Educação e Transportes.
O setor mais cobrado foi a Saúde. A deputada Thainara Faria (PT) criticou a demora da rede pública em zerar a fila de espera por aparelhos auditivos em diversas cidades paulistas. Segundo a parlamentar, no município de Boa Esperança do Sul, essa fila chega a 40 pessoas. Em Araraquara, a espera é de cerca de 1.400 pacientes. “Faço um apelo para que possamos sanar essa fila, que inclui crianças e idosos. Não ter audição é algo que compromete a vida digna”, afirmou.
Vitão do Cachorrão (Republicanos), por sua vez, pediu para que o governador envie um projeto de lei versando sobre a recomposição salarial dos profissionais da Enfermagem. “Esses trabalhadores deram a vida durante a pandemia e precisam ser valorizados”, pontuou.
Já Capitão Telhada (PP), destacou uma notícia positiva em relação ao Hospital Central Sorocabana, na Zona Oeste da Capital, que está fechado desde 2010. O terreno tem 14.900 metros quadrados. Telhada comemorou a aprovação pela Câmara Municipal de São Paulo para a transferência desse imóvel do Estado para o Município. “O prefeito se comprometeu a investir R$ 200 milhões para que esse hospital volte a ser referência naquela região”, comemorou.
Educação
A Educação também foi alvo de cobranças dos parlamentares. Jorge do Carmo (PT) lamentou o caso da Escola Estadual Guerra Junqueiro, na região de Guaianases, Zona Leste da Capital. A unidade está fechada desde abril, após um caso de furto da fiação elétrica.
Por conta disso, até hoje, os alunos estão sem poder frequentar a escola e estão recebendo aulas por meio da internet. “São 548 alunos que não sabem quando voltarão para a escola. Isso é um descaso com a população”, criticou. “Vou fazer indicação ao governador para que tome providências imediatamente”, completou.
Outro deputado que falou sobre a Educação foi Luiz Cláudio Marcolino (PT). Ele explicou que recebeu informações do sindicato dos professores de Presidente Prudente relatando que o piso salarial nacional da categoria não está sendo devidamente cumprido. “Estamos cobrando o cumprimento do piso. O prefeito fala que não tem recursos financeiros, mas a prefeitura tem, sim, condição financeira de garantir o piso nacional”, afirmou.
Paulo Fiorilo (PT), por sua vez, falou da situação do município de Iporanga, na região do Vale do Ribeira. O parlamentar comentou sobre a situação da comunidade quilombola de Bombas, que tem dificuldade de acesso à energia elétrica, à comunicação eletrônica e à mobilidade. “Temos casos de professores que precisam andar cerca de três horas a pé para conseguir chegar à única escola da região. Precisamos que a Secretaria de Educação possa reconhecer essa dificuldade de acesso e fornecer um auxílio a esses profissionais”, pontuou.
Outros temas
Em seu discurso na tribuna, o deputado Vitão do Cachorrão cobrou, também, providências do Governo quanto à segurança viária da Rodovia SP-79, no trecho entre Tapiraí e Juquiá. “Colocaram um pedaço apenas de guard rail [defensa metálica] nesse trecho. Já fiz indicação e isso precisa ser feito a toque de caixa. Não podemos esperar acontecer alguma coisa para tomar providência”, criticou.
Mauro Bragato (PSDB), por sua vez, destacou o trabalho da Usina Cocal, unidade de Narandiba, na região de Presidente Prudente, que tem se destacado na produção de biometano – combustível fóssil com uso semelhante ao do gás natural e uma solução menos poluente.
Na visão do deputado, o biometano pode ser um produto economicamente muito viável para São Paulo, gerando novos empregos, fortalecendo a economia local e diversificando a matriz energética. Uma parceria entre a GasBrasiliano e a Cocal iniciou, em janeiro, a operação do primeiro gasoduto de biometano do Brasil, levando esse combustível para as cidades de Presidente Prudente, Narandiba e Pirapozinho. “Queremos levar essa possibilidade de combustível para todo o Estado e o Brasil”, destacou.