O Brasil, a maior economia da América Latina, está diante de um desafio sem precedentes: o envelhecimento acelerado de sua população. Este fenômeno demográfico, que se desenha rapidamente no horizonte brasileiro, carrega consigo implicações profundas para a saúde, a economia e a qualidade de vida da população. Neste artigo, explicarei o impacto do envelhecimento populacional no Brasil, enfocando questões cruciais relacionadas à saúde, às doenças mais comuns em idosos, aos procedimentos médicos onerosos, ao aumento dos custos das operadoras de saúde e ao repasse de tudo isso aos segurados, especialmente os aposentados.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população brasileira com 65 anos ou mais atingiu 10,9% em 2022, em comparação com 7,4% em 2010. Esse aumento vertiginoso torna-se ainda mais impactante quando consideramos que essa é a maior proporção de idosos desde 1940, de acordo com dados históricos disponíveis.
O Japão é atualmente o país com a população mais velha do mundo, 1 a cada 10 pessoas tem mais de 80 anos.
O ritmo acelerado do envelhecimento da população brasileira é impressionante, superando em velocidade, nações desenvolvidas como a França e a Inglaterra, que levaram 200 anos para atingir o que o Brasil conquistou em 40 a 60 anos. Isso não apenas destaca a dimensão do desafio, mas também a necessidade urgente de lidar com as implicações decorrentes.
Esse cenário traz à tona uma série de desafios para o sistema de saúde brasileiro. Os idosos tendem a enfrentar uma maior incidência de doenças crônicas, como diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares e doenças neurológicas. Além disso, enfermidades como o câncer e a osteoporose tornam-se mais comuns à medida que a idade avança. Essas condições exigem tratamentos frequentes e acompanhamento médico constante, o que acarreta custos significativos.
Os procedimentos médicos para tratar essas doenças são mais caros quando comparados aos tratamentos de pacientes mais jovens. Cirurgias de grande porte, como substituições de articulações e procedimentos cardíacos, demandam recursos consideráveis. A atenção à saúde de idosos requer profissionais qualificados, medicamentos especializados e estruturas hospitalares adaptadas, elevando ainda mais os custos associados.
No cenário do sistema de saúde brasileiro, as operadoras de saúde desempenham um papel central. Com o envelhecimento populacional, essas entidades enfrentam pressões crescentes para fornecer atendimento de qualidade a um grupo demográfico que requer mais cuidados médicos.
O aumento dos custos enfrentados pelas operadoras de saúde, muitas vezes é repassado para os segurados, incluindo idosos aposentados, que dependem do INSS. Esses reajustes, com objetivo de manter o equilíbrio financeiro do sistema, podem sobrecarregar o desembolso dos idosos, que já estão lidando com custos altíssimos com farmácia, consulta médica, tratamento e plano de saúde.
Em última análise, o envelhecimento da população é uma realidade incontestável que exige uma abordagem proativa e equitativa para garantir que o Brasil possa prosperar mesmo diante desse desafio demográfico. O desafio é grande, mas, assim como o Japão soube lidar e até hoje é uma das principais economias do mundo, aqui no Brasil, se bem coordenado e com a cooperação de todos, também podemos ter um resultado bem sucedido.
Fonte: Medicina S/A