Monkeypox: Saúde prepara campanha de vacinação para ser lançada ainda neste mês

Data: 03/03/2023

 

O Ministério da Saúde deve iniciar, no dia 13 de março, uma campanha de vacinação contra monkeypox (também chamada de mpox) em todo o país. A pasta corre contra o tempo para não perder cerca de 50 mil doses do imunizante Jynneos, com uso autorizado pela Anvisa até agosto deste ano. A ação foi acertada em reunião da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) durante a tarde dessa quinta-feira.

 

– O Ministério da Saúde iniciará a distribuição aos estados ao longo da próxima semana. A depender da organização de cada estado, acredita-se que a vacinação seja iniciada em 13 de março – afirmou a SVSA ao GLOBO.

 

Segundo a pasta, o esquema vacinal será de duas doses, com intervalo de quatro semanas entre elas, para o seguinte público: pessoas com HIV/AIDS; homens cisgêneros (que se identificam com o sexo biológico), travestis e mulheres transexuais com idade igual ou superior a 18 anos; e pessoas com status imunológico identificado pela contagem de linfócitos T CD4 inferior a 200 células nos últimos seis meses.

 

Além do grupo citado, a imunização também estará disponível para casos de pós-exposição ao vírus – quando a pessoa tem contato íntimo com um paciente infectado com mpox. Conforme o ministério, “serão enviadas doses suficientes para atender às cerca de 16 mil pessoas desse grupo, com duas doses cada”.

 

As doses desembarcaram no país em outubro do ano passado, na gestão do ex-ministro Marcelo Queiroga, mas não chegaram a ser utilizadas. O prazo estipulado pela Anvisa para uso se encerraria em 26 de fevereiro, mas a agência reguladora o estendeu por mais seis meses após pedido do ministério. O imunizante também é usado para prevenção da doença nos Estados Unidos e na Europa.

 

São mais de 10 mil registros de monkeypox no Brasil e mais de 2 mil suspeitos, segundo o último informe do Ministério da Saúde. No ano passado, 15 brasileiros morreram pela doença, sendo 5 no Rio de Janeiro. O Brasil apresenta estabilidade no aparecimento de novos casos desde dezembro, com queda a partir de agosto de 2022. Ainda assim, ao prorrogar a autorização do imunizante, a diretora da Anvisa Meiruze Freitas lembrou que a OMS mantém o status de emergência de saúde internacional, de julho do ano passado.

 

Além disso, para a diretora, “aplicar a vacina pode beneficiar brasileiros, especialmente os que se encontram em situação de maior vulnerabilidade de saúde”. Atualmente não existem medicamentos registrados no Brasil para o tratamento da doença.

 

Os sintomas aparecem, geralmente, de seis a 21 dias após a exposição ao vírus, explica o médico membro da Sociedade Brasileira de Infectologia, Antônio Bandeira. Depois desse período, a pessoa infectada pode apresentar mal-estar e febre, e de dois a três dias, começam as erupções na pele. “As erupções vão se formar como vesículas semelhantes à catapora, que com o tempo formam pus, escurecem e descamam”, afirma.

 

– Os riscos são relacionados ao local das erupções. Por exemplo, se ela está próxima ao olho, pode gerar uma lesão na córnea. Pacientes imunocomprometidos podem ter um quadro agravado. – esclarece.

 

Conforme o infectologista, a prevenção é evitar o contato com pessoas contaminadas. Como a mpox tem alta transmissão por via sexual, é importante que o/a parceiro/a não apresente lesões na pele.

Fonte: O Globo