No último dia 23/2 participei, como palestrante, do evento de Imersão da mentoria Saúde em Foco, promovido pela advogada potiguar Flávia Marinho, em Natal/RN. Lá, em um painel sobre erro médico, discorri sobre a advocacia em prol de pacientes e seus familiares em situações de responsabilidade civil médica e de instituições prestadoras de serviços de saúde. De modo bastante interessante, foi abordada, por uma colega, a gama de serviços de advocacia passíveis de oferta a médicos e estabelecimentos de saúde.
Além desses temas, muitos outros foram abordados, como gestão, recursos humanos e planejamento, todos focados na advocacia em saúde – formando um polo de matérias com as quais a grande maioria dos advogados não está habituada e que não são estudadas nas cadeiras das faculdades de Direito. Via de regra, o advogado se ocupa eminentemente da atividade-fim, descuidando-se dos meios.
Mas, enfim, como ter clientes, quando só se pensa em peticionar? Como selecionar bem colaboradores, se só se estuda Direito? Como definir atividades, organograma, fluxos, a jornada do cliente no escritório, o atendimento, as vendas, o financeiro etc. quando o advogado só pensa em cumprir prazos processuais.
Vimos, no evento em tela, a exposição de várias iniciativas bem-sucedidas de gestão em escritórios de advocacia especializada em saúde. Inclusive com casos de jovens advogados que se desenvolvem para muito além do Direito e já estão iniciando uma rica carreira na advocacia.
Na saúde, por exemplo, encontramos nichos como os das cirurgias bariátricas e reparadoras, dos reajustes de planos de saúde, dos medicamentos de alto custo, da isenção de imposto de renda por doença, das terapias para autismo. E muitos outros que, bem trabalhados com técnicas de gestão e de publicidade, especialmente pela internet, geram veios de sustentabilidade para os escritórios de advocacia e permitem que o advogado estabeleça sua autoridade na especialidade.
Essa é, de fato, a modernidade na advocacia, em que se pode atender clientes em todo o país, desde que os processos internos- para que isso seja feito com agilidade, eficiência e rentabilidade – estejam bastante afiados.
Porém, certamente, não será com os olhos apenas nas clássicas matérias de direito que a advocacia prosperará no novo ambiente de negócios, principalmente a jovem a advocacia. Os advogados, cada vez mais, precisam expandir seus conhecimentos para outras ciências, como a administração, a economia, as finanças, a gestão de pessoas, a publicidade e o marketing. Na saúde, esse movimento já está em franco desenvolvimento, colocando a advocacia do ramo em evidência nacional e em posição de modelo para outros ramos.
Fonte: Espaço Vital