Meningite: saiba mais sobre a doença e o esquema vacinal para preveni-la

Data: 10/10/2022

Entre 16 de julho e 15 de setembro, a capital registrou cinco casos de meningite meningocócica na região de Vila Formosa e Aricanduva, na zona leste, o que configura surto localizado. Esta doença é evitável por meio da vacinação disponível na rede municipal de saúde.
As doses são indicadas para crianças e adolescentes e trabalhadores da saúde com até 64 anos de idade. Para a região onde ocorreu o surto, a imunização foi estendida temporariamente para os moradores, estudantes e trabalhadores que têm entre 3 meses e 64 anos de idade.
Veja a seguir mais informações sobre a meningite, suas causas e a vacinação pelo Sistema Único de Saúde (SUS), além da relação das ruas incluídas no bloqueio vacinal estabelecido pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

O que é a meningite?
Meningite é uma inflamação das meninges, que são membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. A doença pode ser causada por vírus (meningite viral), bactéria (meningite bacteriana), fungos (meningite fúngica) e parasitas.

Quais os sintomas da doença?
Os sinais e sintomas de meningite variam conforme a idade.

Nos bebês, os sintomas e sinais mais frequentes são:
• febre, mãos e pés frios (dificuldade de circulação);
• baixa atividade (criança “largadinha”) ou irritabilidade, choro intenso e inquietação;
• rigidez de nuca (dificuldade para flexionar a cabeça);
• recusa alimentar – não aceita nada do que é oferecido;
• gemência e sonolência, com dificuldade para despertar;
• manchas vermelhas na pele;
• convulsões;
• fontanela abaulada (moleira abaulada);
• vômito, diarreia.

Nas crianças maiores, adolescentes e adultos, os principais sintomas são:
• febre alta;
• dor de cabeça;
• vômitos, muitas vezes em jato;
• rigidez de nuca (dificuldade para flexionar a cabeça);
• sonolência;
• convulsões;
• dor nas articulações;
• aversão à luz.

Quais são os principais tipos de meningite?
A meningite viral é uma doença causada por vários tipos de vírus como, por exemplo, os enterovírus. É a meningite que ocorre mais frequentemente, e em geral evolui bem. Pode ser transmitida pelo contato com a saliva e a secreção respiratória ou por meio da água e alimentos contaminados. Um surto de meningite viral pode ser definido como a ocorrência de dois ou mais casos suspeitos de meningite em um mesmo local (escola, creche, acampamento, alojamento etc.), em um intervalo de até três semanas.
Já a meningite bacteriana é uma doença grave, que pode ser causada por várias bactérias, entre elas, o meningococo (Neisseria meningitidis), o pneumococo (Streptococcus pneumoniae), o Haemophilus influenzae, entre outras. As bactérias são transmitidas pela tosse ou espirro do paciente, por meio de secreções eliminadas pelo trato respiratório (nariz e boca). Para que essa transmissão ocorra, há necessidade de contato direto, íntimo e frequente com a pessoa doente (troca de secreção).
As meningites causadas pelo meningococo são denominadas doença meningocócica (DM). Quando a bactéria é o meningococo, a presença de manchas vermelhas na pele que não desaparecem quando se faz pressão sobre elas, define o quadro de meningococcemia, que é a infecção generalizada.
Segundo o Guia de Vigilância do Ministério da Saúde, um surto comunitário de doença meningocócica é a ocorrência, em um período menor ou igual a três meses e em uma mesma região, de três ou mais casos do mesmo subgrupo da bactéria Neisseria meningitidis (o tipo C, por exemplo), que não tenham relação entre si e confirmados por exames laboratoriais. Além disso, para ser considerado surto, o número de casos deve maior ou igual a 10 por 100 mil habitantes.
É importante lembrar que o meningococo não sobrevive no meio ambiente, fora do corpo humano. Nem todas as pessoas que adquirem o meningococo ficam doentes, pois o organismo se defende com a produção de anticorpos e desenvolve resistência à doença. Algumas pessoas podem se tornar portadoras do meningococo no nariz ou na garganta e não ter a doença, mas podem transmitir a bactéria para outras pessoas com as quais convivem.

Quais os números de casos de doença meningocócica na cidade de São Paulo?
Em toda a cidade o número de casos de meningite meningocócica diminuiu em 2022 na comparação com 2019, ano anterior à pandemia de Covid-19. Neste ano, até esta quinta-feira (6), foram notificados 58 casos da doença em toda a capital. De janeiro a setembro de 2019, foram registrados 158 casos da doença, ou seja, uma redução de 63,2% no âmbito geral. O número de óbitos decorrentes da doença somam agora dez em 2022, ante 28 entre janeiro e setembro de 2019.

Fonte: Prefeitura de São Paulo