O setor privado, ao focar em iniciativas que capacitam e educam, contribui diretamente para o desenvolvimento de competências essenciais, principalmente em regiões vulneráveis.
Daniel Grynberg – diretor executivo do Grupo +Unidos, bacharel em Administração de Empresas pelo Insper, com cursos complementares em Valuation, Empreendedorismo e mestrado em Gestão Pública pelo Insper.
O investimento social corporativo (ISC) é uma das mais eficazes formas de as empresas contribuírem para a sociedade de forma estratégica e duradoura. Mais do que simples filantropia, o ISC busca integrar ações sociais aos objetivos de longo prazo das corporações, gerando impacto positivo tanto para as comunidades quanto para os próprios negócios. É uma abordagem que promove o desenvolvimento sustentável e amplia as oportunidades, principalmente nas áreas de educação, empregabilidade e inclusão social.
Atualmente, é cada vez mais evidente que o papel das empresas vai além de gerar lucro. Elas têm a responsabilidade de atuar como agentes de transformação social, especialmente em um país como o Brasil, onde as desigualdades ainda são profundas. Através de iniciativas de ISC, as empresas podem proporcionar melhorias concretas nas condições de vida das comunidades, contribuindo para um ambiente mais justo e equitativo.
Um exemplo claro do impacto positivo do ISC é o trabalho feito com programas voltados à empresas público-privadas. De acordo com dados de 2023 do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), empresas que investem em responsabilidade social e ambiental notam uma série de benefícios internos, como maior lealdade dos clientes e colaboradores, além de fortalecerem sua reputação no mercado. Mas o impacto mais relevante é o gerado nas comunidades: aumento do nível educacional, geração de empregos e melhoria da qualidade de vida.
O setor privado, ao focar em iniciativas que capacitam e educam, contribui diretamente para o desenvolvimento de competências essenciais, principalmente em regiões vulneráveis. Programas que oferecem treinamento profissional, inovação tecnológica e suporte educacional são exemplos de como o ISC pode transformar realidades e preparar jovens e adultos para os desafios do mercado de trabalho.
Porém, o investimento social corporativo exige planejamento e alinhamento com os valores e objetivos de cada empresa. Aquelas que desejam começar podem identificar as principais demandas das comunidades em que atuam, alinhando seus projetos a esses desafios locais. Formas de contribuição incluem desde o financiamento de programas de capacitação, até doações de tecnologia e a promoção do voluntariado corporativo. Colaborações entre empresas, governos e ONGs também potencializam os resultados e garantem maior eficácia.
Vale lembrar que esse investimento deve ser atrelado a receitas, ou até fruto de um endowment para que não sofra consequências de crises ou ciclos ruins da economia. O ISC não é uma caridade, é a forma da empresa de se responsabilizar pelos seus efeitos no planeta e unir forças para um mundo melhor.
É preciso reconhecer o ISC como uma poderosa ferramenta de transformação. Ao adotá-lo, as empresas não apenas contribuem para o desenvolvimento socioeconômico das comunidades, mas também fortalecem sua presença no mercado, alinhando-se a consumidores e colaboradores que valorizam práticas responsáveis e sustentáveis. No cenário atual, a responsabilidade social é um diferencial competitivo, mas também uma necessidade ética. As corporações que se comprometem com essa causa colhem os frutos de uma sociedade mais justa e inclusiva, ao mesmo tempo que consolidam seu papel como líderes de mudança.
Fonte: Mundo RH