Hospitais não podem interromper as atividades nem por um minuto. Ambientes como este, que oferecem serviço de caráter essencial à sociedade, precisam dispor de energia ininterrupta para operar com qualidade, eficiência e segurança. Uma falha ou corte no fornecimento pode significar a perda de vida(s), além de ameaçar a continuidade de tratamentos e diagnósticos.
Cerca de 50% do consumo de energia elétrica em hospitais é gasto com ar-condicionado. Imagine quanto custa para manter tudo funcionando. É possível alterar este consumo de forma segura? São muitos fatores a serem analisados.
Em paralelo à garantia de eficiência energética, existe uma busca constante por otimização de custos. O gerenciamento de energia é a peça-chave nesta equação, principalmente no que diz respeito a elos críticos, como sistemas, equipamentos e dispositivos fundamentais na prestação de cuidado e na segurança dos pacientes. Saiba de que forma a tecnologia e inovação contribuem para uma melhor gestão energética.
Desafios do gerenciamento de energia em hospitais
O gerenciamento de energia em hospitais vai muito além do fornecimento de eletricidade. Energia confiável é uma necessidade absoluta. Existem inúmeros e complexos desafios. Pois a eletricidade é a espinha dorsal da infraestrutura hospitalar, indispensável para procedimentos cirúrgicos de alta precisão, funcionamento de equipamentos médicos, assim como alimenta sistemas de iluminação, climatização e ventilação, tecnologia e informação, laboratórios e farmácias, e elevadores. Se todas essas engrenagens não funcionam, o hospital para.
Mais do que contar com o abastecimento de energia, também é necessário que hospitais disponham de qualidade de energia elétrica para evitar maior consumo, aumento das contas, maiores custos de manutenção ou instabilidade e falhas dos equipamentos.
A qualidade da energia é o grau de conformidade da frequência, da forma de onda e da tensão de um sistema de alimentação de energia com as especificações estabelecidas. A qualidade da energia é considerada boa quando tem uma tensão constante dentro da faixa pré-determinada ou prescrita, e quando tem uma forma de onda de curva de tensão suave e uma frequência CA constante perto do valor nominal.
Os principais problemas de qualidade da energia estão relacionados aos seguintes fatores:
Tensões e correntes harmônicas – introduzidas devido a vários dispositivos elétricos padrão que distorcem a forma de onda de corrente alternada e, como resultado, aumentam o uso de energia;
Baixo fator energético – condição de excesso de energia reativa em um sistema. Este poder reativo representa um desperdício e é dispendioso, pois não tem um desempenho eficaz;
Instabilidade de tensão – efeito colateral do fornecimento de eletricidade de baixa ou alta tensão. Baixa tensão pode reduzir a produtividade e causar quedas de energia. Por outro lado, a alta tensão é prejudicial à longevidade e ao desempenho dos equipamentos.
O gerenciamento de energia está diretamente ligado à sustentabilidade do hospital. Quer saber mais? Baixe o e-book completo “Oportunidades e desafios para os profissionais na construção de edifícios sustentáveis”.
Automação e controle no gerenciamento de energia
Em um ambiente hospitalar, onde a confiabilidade da energia é crucial, a automação desempenha um papel vital no monitoramento contínuo e na resposta imediata a eventos não planejados. Sistemas de gerenciamento de energia inteligentes permitem acompanhamento em tempo real de todos os aspectos do consumo de energia no hospital. Sensores e medidores fornecem dados precisos sobre o uso de energia em várias áreas, desde equipamentos médicos críticos até instalações de iluminação e HVAC (aquecimento, ventilação e ar-condicionado).
Além disso, a automação não se limita apenas ao monitoramento, mas também inclui a capacidade de prever a demanda de energia com base em padrões históricos e eventos sazonais. Os sistemas de energia conseguem operar de forma preditiva, o que permite aos hospitais planejar o fornecimento de energia de maneira mais eficiente, evitando sobrecargas na rede elétrica e otimizando o uso de fontes de energia de back-up, como geradores.
Com controle de energia avançado, é possível implementar estratégias de resposta à demanda, como desligar temporariamente equipamentos não essenciais durante períodos de pico. Isso contribui para a redução de custos e a eficiência energética geral do hospital. A automação e o controle de energia são aliados na busca pela segurança, confiabilidade e economia de energia em ambientes hospitalares críticos.
Gerenciamento de energia inteligente
O avanço da tecnologia trouxe melhorias para gestão energética em estruturas hospitalares. Uma das abordagens mais promissoras é a implementação de plataformas de gerenciamento de energia inteligente. Com o uso da Internet das Coisas (IoT), hospitais podem aderir a sistemas adaptativos e ágeis. Sensores IoT estrategicamente posicionados são capazes de capturar dados em tempo real, desde o consumo de energia em diferentes áreas até as condições ambientais, permitindo um monitoramento detalhado e preciso.
Em um segundo momento, a automação analisa as informações coletadas e toma decisões baseadas em dados. Por exemplo, em momentos de pico de demanda, o sistema pode automaticamente ajustar a operação de equipamentos de climatização, iluminação e outros dispositivos para otimizar o uso de energia, ao mesmo tempo que mantém o conforto dos pacientes.
A capacidade de aprendizado da máquina permite que esses sistemas se adaptem ao longo do tempo, identificando padrões de uso de energia e implementando melhorias contínuas. Com softwares de gerenciamento de energia inteligente, os hospitais não apenas garantem um fornecimento de energia confiável, mas também otimizam custos, minimizam o desperdício de energia e contribuem para uma operação mais eficiente e sustentável.
Fonte: Saúde Business