O governo federal, por meio da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), precisa rever o processo de análise referente a propostas para a aceitação de novos remédios e tratamentos que serão disponibilizados na rede pública de saúde. A análise foi feita por especialistas que participaram do webinar “Perspectivas e oportunidades para a evolução do acesso público à saúde no Brasil”, promovido em 11 de novembro pelo jornal Metrópoles com apoio da Pfizer.
O encontro discutiu as atuais formas de análise para a incorporação de remédios e de protocolos clínicos ao Sistema Único de Saúde, além de possíveis melhorias referentes ao processo com o objetivo de beneficiar a vida de milhões de brasileiros.
De acordo com a visão de representantes de diferentes segmentos envolvidos no processo, a falta de transparência e objetividade acaba por atrasar e, em último caso, inviabilizar a oferta de medicamentos para quem precisa.
Segundo Eduardo Calderari, vice-presidente da Interfarma (Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa), é fundamental o aprimoramento atualmente feito.
Apesar de a Conitec ter um prazo de 180 dias (prorrogáveis por mais 90) para analisar a incorporação de um novo medicamento, um levantamento feito pela consultoria de ciência de dados da área de saúde IQVIA mostra que, entre avaliação, recomendação e decisão do Ministério da Saúde, o caminho demora, em média, oito meses.
Depois que o medicamento é aprovado, o governo federal tem mais 180 dias para negociar o preço com o fabricante e organizar a logística para disponibilizar o remédio nas farmácias de alto custo. Ainda de acordo com o mesmo estudo, essa etapa, na prática, costuma demorar mais 365 dias.
Fonte: Metrópoles