Avanços rumo à equidade: desafios e conquistas das mulheres no mercado de trabalho brasileiro
A equidade de gênero no mercado de trabalho brasileiro tem sido objeto de discussão e ação nos últimos anos, refletindo a necessidade de promover ambientes laborais mais justos e inclusivos. Dados estatísticos revelam que, embora as mulheres representem a maioria da população no Brasil, sua presença em setores-chave do mercado de trabalho ainda é significativamente menor do que a dos homens. Outro dado relevante diz respeito à persistência da disparidade salarial de gênero, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2020, as mulheres ganhavam, em média, 77,7% do salário dos homens para trabalhos equivalentes.
Além disso, conforme levantamento da FIA Business School, em 2023, as mulheres ocupavam apenas 38% das posições de liderança no Brasil. Esse número reflete as barreiras significativas que as mulheres ainda enfrentam para ascenderem a cargos de destaque nas empresas. É importante ressaltar que essa sub-representação não se deve à um fator específico, como competência ou experiência, mas sim a um conjunto complexo de obstáculos estruturais e culturais que limitam suas oportunidades de progresso profissional. Os desafios são ainda maiores se considerarmos a interseccionalidade das identidades de gênero com raça, classe social e outras características individuais que requerem uma abordagem mais holística e inclusiva.
No entanto, avanços têm sido observados. Setores como tecnologia da informação, ciências e empreendedorismo têm testemunhado um aumento significativo na participação feminina. Iniciativas governamentais, políticas empresariais e movimentos sociais têm desempenhado um papel importante nesse progresso. Além de todas as discussões acerca do conceito ESG, onde as questões de diversidade estão contempladas pela letra S, de Social, e têm ganhado cada vez mais relevância.
A conscientização sobre a importância desse tema tem levado muitas empresas a adotar políticas e práticas mais inclusivas, como programas de mentoria, treinamentos em diversidade e flexibilização de horários de trabalho. A criação de espaços seguros para discussões sobre gênero e a promoção de uma cultura organizacional que valorize a diversidade também têm sido prioridade para muitas organizações. Na Alliance One Brasil (AOB), estamos comprometidos em aumentar de forma significativa a quantidade de mulheres em nosso quadro de colaboradores, especialmente nas posições de liderança. Essa é uma meta global acompanhada periodicamente e com ações específicas e intencionais.
No encerramento do mês da mulher, gostaria de concluir o texto afirmando que somente através de esforços colaborativos e persistentes podemos criar um ambiente onde todas as pessoas, independentemente de seu gênero ou outras características individuais, tenham igualdade de oportunidades e possam alcançar seu pleno potencial. O avanço contínuo não pode ser ignorado, apesar de ainda termos um longo caminho pela frente.
Fonte: Mundo RH