Já algum tempo existia a figura do Atendente de Enfermagem, profissional que atuava nos processos de higiene pessoal e de ambulação dos pacientes. Em 1986 com advento da proibição de atividades atípicas de enfermagem, a legislação deu oportunidade para que esta população profissional obtivesse uma capacitação adequada, haja vista que a imposição impedira após 10 anos que os equipamentos de saúde somente pudessem ter em seus quadros profissionais qualificados (auxiliar de enfermagem).
Na época identifiquei pessoalmente inúmeros casos de resistência: minha idade não comporta esta adequação, falta de tempo, vou aposentar logo e etc. Passou o tempo, e os hospitais passaram atuar somente com auxiliares de enfermagem e aqueles não qualificados passarão a fazer “algo”, qual seja, tudo menos tocar em paciente. Alguns destes empregados possuíam estabilidades que inibia a rescisão do contrato.
Após anos em curso, vislumbramos a aproximação de uma nova função: o Técnico de Enfermagem. Com maior tempo de aprendizado, presumidamente mais preparado, vez que os seus cursos são com maior amplitude e também presume maior tempo de aprendizado prático e estágio.
No entanto, isto é, um enorme engano está assertivo, pois, prolifera-se inúmeras escolas de enfermagem, os processos e conteúdos programáticos são escassos, pois os candidatos a função não possuem um grau de escolaridade adequado e tampouco conhecimento sobre sua atuação profissional. Ademais, agrega-se a isso que no campo de estágio, com raras exceções conseguem realizar procedimentos invasivos com a precisão e com responsabilidade da dosagem de medicamento, visto que em alguns casos sequer sabem somar e dividir.
Devemos destacar que os Recursos Humanos vêm passando por grandes mudanças e transformações e os próprios auxiliares de enfermagem estão prestes a ser profissionais extintos para o ingresso de técnico de enfermagem, nos serviços de saúde. Como também enfermeiros que devem especializar pois o mercado requer especialistas. Hoje, a competitividade, produtividade e qualidade têm sido os pontos fortes de qualquer instituição. Os profissionais passaram a ser não só um recurso na instituição e sim a ser parceiro do negócio, seus conhecimentos são fundamentais para o sucesso da entidade.
Devemos estar atentos que nossas instituições devem perceber que as pessoas com cargos superiores, responsáveis, têm que acolher, orientar, educar profissionalmente seus pares a fim de consolidar, reciclar os conhecimentos e treina-los. Com este propósito pressupõe-se que estão em atividade de preparar seus subordinados para lidar com as mudanças, inovações, assim, tornar a instituição reconhecida, competitiva e concorrente no mercado.
Existem diversas formas de se educar profissionalmente, dentre elas estão: integração, formação profissional e desenvolvimento profissional para que haja uma relação de vínculo e compromisso e não apenas uma relação de trabalho.
Edison Ferreira da Silva – presidente do SINDHOSFIL/SP