A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que adultos saudáveis não precisam de uma dose adicional da vacina contra a Covid-19 além das três iniciais: o esquema primário de duas doses e um primeiro reforço.
A organização ressalta que, para esse grupo de risco médio de pessoas com menos de 60 anos, além de crianças e adolescentes de 6 meses a 17 anos com comorbidades, não há riscos em receber doses adicionais, como uma quarta ou uma quinta.
Mas, diz que, “embora reforços adicionais sejam seguros para este grupo, o SAGE (Grupo Consultivo Estratégico de Especialistas em Vacinação da OMS) não os recomenda rotineiramente, dados os retornos de saúde pública comparativamente baixos”, diz em nota.
O mesmo vale para o grupo considerado de risco baixo, composto por crianças e adolescentes entre 6 meses e 17 anos sem comorbidades: as três primeiras doses são consideradas seguras, eficazes e indicadas pela organização.
No entanto, em relação a esse público, o SAGE pede que os países baseiem suas decisões em “fatores contextuais, como carga da doença, custo-efetividade e outras prioridades programáticas ou de saúde e custos de oportunidade”.
“Os países devem considerar seu contexto específico ao decidir se devem continuar vacinando grupos de baixo risco, como crianças e adolescentes saudáveis, sem comprometer as vacinas de rotina que são tão cruciais para a saúde e o bem-estar dessa faixa etária”, afirma a presidente do SAGE, Hanna Nohynek.
Por isso, o grupo da OMS, que emitiu as orientações após se reunir em Genebra, pede que o foco no momento seja em oferecer doses adicionais à população de risco alto para doença grave pela Covid-19, formada por idosos, adultos com comorbidades, imunossuprimidos, gestantes e profissionais de saúde da linha da frente. Para eles, além das três doses, aplicações adicionais são necessárias para manter a proteção, como a quarta e uma eventual quinta.
“Atualizado para refletir que grande parte da população está vacinada ou previamente infectada com Covid-19, ou ambos, o roteiro revisado enfatiza novamente a importância de vacinar aqueles que ainda correm risco de doença grave, principalmente adultos mais velhos e aqueles com condições subjacentes, incluindo com reforços adicionais”, diz Nohynek.
Para essas pessoas, o SAGE recomenda que as doses adicionais – feitas ou com o imunizante original ou com o bivalente, como acontece no Brasil no momento – sejam aplicadas no período de 6 ou 12 meses após a última, com o prazo dependendo de fatores como idade e quadro de imunocomprometimento.
Além disso, o grupo também atualizou suas orientações referentes às vacinas bivalentes, que são versões atualizadas dos imunizantes para ampliar a proteção contra a variante Ômicron. Enquanto atualmente as doses são aprovadas apenas para serem aplicadas como doses de reforços, o SAGE passou a indicar que elas também possam ser utilizadas no esquema primário de duas doses.
Fonte: O Globo