Brasil é o segundo país com maior incidência de hanseníase no mundo

Data: 30/01/2024

Em 2022, foram quase 20 mil novos casos, segundo o Ministério da Saúde. A transmissão é pela tosse, espirro ou fala, em um contato prolongado e próximo de pessoas sem tratamento.

 

Quando se trata de saúde, o tempo é fundamental. E não só o tempo necessário para um tratamento. É preciso também ser rápido no diagnóstico de uma doença. Por isso, as autoridades de saúde estão chamando atenção para a hanseníase.

O corpo deu sinais.


“Começou mancha e dormência na perna, mas eu não dei importância”, conta o aposentado Roberto dos Santos.

O diagnóstico de hanseníase só veio quando Roberto perdeu a sensibilidade da perna direita.


“Única coisa que o médico pede para você cuidar é para você não ter lesão, não machucar, porque você não está sentindo, vai machucar e não vai dar importância”, diz.


A hanseníase é provocada por uma bactéria chamada de bacilo de hansen. A transmissão é pela tosse, espirro ou fala, em um contato prolongado e próximo de pessoas sem tratamento. Os sintomas aparecem de dois a sete anos. Entre os mais frequentes:

a perda da sensibilidade e o aparecimento de machas esbranquiças, avermelhadas ou amarronzadas;
em alguns casos, há sensação de queimação da pele, formigamento e perda de força muscular;
O diagnóstico é feito pelo exame físico e neurológico, e se for precoce, evita casos graves. O tratamento é por uma combinação de antibióticos e está disponível na rede pública. Dura de seis a doze meses.

O Brasil é o segundo país com maior incidência de hanseníase no mundo, atrás só da Índia. Em 2022, foram quase 20 mil novos casos, segundo o Ministério da Saúde. A Sociedade Brasileira de Hansenologia diz que o número de pessoas com a doença pode ser ainda maior.


“Nós precisamos de mais campanhas informativas para a sociedade sobre a hanseníase e, também, preparar os nossos profissionais para reconhecer esses casos. Com a pandemia, 10 mil casos ao ano deixaram de ser diagnosticados no Brasil”, afirma Marcos Andrey Frade, presidente da Sociedade Brasileira de Hansenologia.


Durante três anos, a dona de casa Claudia Nascimento da Silva achou que as dores nas mãos e nas pernas eram sintomas de uma doença autoimune. Os médicos só identificaram a hanseníase há cinco meses.

 

“Por causa do cansaço, por causa do esquecimento que eu tinha, então isso levava a crer, como eu não dormia, que era a fibromialgia, que também mexe com os nervos. Hoje, depois do tratamento, medicação que passei aqui pelo hospital e regularizou, eu durmo tranquila”, conta.


O Hospital São Julião, em Campo Grande, é referência. Atendeu mais de 2 mil pessoas em 2023. Entre elas, a Beatriz Román Golveia, que conseguiu recuperar a sensibilidade.

 

Fonte: G1