As 4 dimensões que constroem o líder moderno

Nos últimos anos, o conceito de liderança passou por transformações impulsionadas por mudanças globais, como a pandemia, que aceleraram a revisão dos modelos de performance. Segundo a Deloitte, mais de 80% das empresas ajustaram sua avaliação de desempenho, evidenciando que a liderança não é mais vista como um vetor de execução, com foco em resultados numéricos e metas a alcançar. Agora, o líder ganha uma função multifacetada, conectada a todos os níveis da organização, com uma visão mais humana.

Nesse cenário, existem quatro dimensões essenciais a serem desenvolvidas por um líder, e que podem ser resumidas em “Eu comigo”, “Eu com meu time”, “Eu com meu negócio” e “Eu com o mundo”. A primeira dimensão, “Eu comigo”, refere-se ao autoconhecimento. Um líder que se conhece é capaz de identificar suas forças e limitações, que vão, atenção, além das suas capacidades técnicas ou de gestão. É preciso considerar também fatores emocionais e interpessoais.

Líderes que sabem reconhecer suas limitações (até mesmo fraquezas, por que não?) são mais capazes de compor times complementares, permitindo que o grupo seja mais forte como um todo. Além disso, o autoconhecimento, desenvolvido por terapia ou por outras atividades de introspecção, ajuda o líder a equilibrar seu bem-estar emocional e mental, facilitando uma atuação saudável para si e para os demais.

A segunda dimensão, “Eu com meu time”, explora como o líder interage e orienta sua equipe. No passado, a liderança era baseada em uma abordagem de “comando e controle”, na qual o líder determinava o que fazer e a equipe seguia as ordens. Hoje, essa dinâmica mudou. A liderança efetiva envolve ouvir ativamente, entender e potencializar os colaboradores. Cada pessoa traz um conjunto único de habilidades e características, e o papel do líder é maximizar esse potencial, criando um ambiente onde cada membro do time possa ser autêntico e contribuir plenamente com a empresa.

A terceira dimensão se chama “Eu com meu negócio”, que é ter propriedade sobre o tema do negócio. Isso significa estudar constantemente seu mercado, ficar por dentro das tendências, conhecer a concorrência e ser capaz de realizar a ambidestria organizacional, isto é, a capacidade de explorar novas oportunidades enquanto mantém a eficiência das operações atuais. Tudo isso serve para que as decisões a serem tomadas sejam estratégicas, o que inclui a habilidade de abandonar práticas obsoletas e abraçar a inovação.

Por fim, a quarta dimensão, “Eu com o mundo”, representa a necessidade do líder estar conectado ao contexto global, incluindo tendências, economia e como as mudanças sociais, políticas e tecnológicas podem afetar o negócio. Em um mundo globalizado e altamente digitalizado como o nosso, o líder não pode mais se limitar a olhar para dentro da organização; ele deve ser um curador de informações e tendências que vêm de fora, uma visão abrangente das forças externas que podem impactar o negócio e, assim, ser capaz de adaptar a empresa, mantendo-a aberta e produtiva.

Para perdurar nos novos tempos, as organizações precisam colocar o desenvolvimento da liderança no topo de suas prioridades, ao lado de processos vitais, como a própria folha de pagamento.

Daniel Spolaorsócio e CEO da Korú. Cofundador e CEO da Universidade Corporativa Korú. Se dedica a gerar empregabilidade combinando ferramentas de HRTechs e Edtechs. um dos colunistas do RH Pra Você. O conteúdo dessa coluna representa a opinião do colunista.

 

Fonte: RH Pra Você