Reunião da Diretoria Executiva da Associação Médica Brasileira (AMB), realizada na noite desta terça-feira, decidiu por recomendar a todas as suas 27 Federadas e às 54 Sociedades de Especialidade ligadas à entidade a suspensão de todas as atividades científicas que exijam deslocamento ou aglomeração de médicos.
Objetivo é garantir a integridade física dos médicos e mantê-los em suas bases para que possam atender aos pacientes, dada a criticidade do momento. A recomendação é de que inicialmente os eventos marcados para os próximos 90 dias sejam adiados. “Os médicos talvez sejam os indivíduos mais expostos nesta crise do coronavírus, pois estão na linha de frente, lidando com os pacientes. Temos que mitigar os riscos de contágio destes profissionais, para não perdermos força de trabalho e não corrermos o risco de os próprios médicos serem agentes transmissores do Covid-19. Toda cautela é válida neste momento”, explica Lincoln Ferreira, presidente da AMB.
Também foi decidido que as provas de Título de Especialistas da AMB, coordenadas e aplicadas pelas Sociedades de Especialidade, deverão ser suspensas por pelo menos 90 dias, até nova análise do quadro geral.
Todas as atividades associativas da AMB, que já estavam agendadas, tais como reuniões de comitês e comissões estão suspensas também por 90 dias ou serão realizadas por meio de teleconferência.
As atividades administrativas serão reorganizadas para garantir o menor contato físico entre os colaboradores, com a adoção de trabalho remoto. Para os funcionários com mais de 60 anos, ou com doenças crônicas, a única modalidade será o trabalho à distância.
“O momento é crítico. Precisamos garantir a saúde da nossa equipe e de todos os médicos brasileiros. Só assim poderemos contar com todos para ajudar a nossa população a sair desta crise do coronavírus da melhor maneira possível. Estamos participando de diversas reuniões com o Ministério da Saúde para definir como podemos atrair ainda mais médicos para o combate a esta pandemia. Sabemos que é uma luta árdua e temos certeza de que poderemos contar com os médicos brasileiros, mas precisamos dar a eles as condições de trabalho e de proteção necessárias”, conclui Lincoln Ferreira.