Ministério da Saúde anuncia iniciativas para fortalecer a relação público-privada e o SUS na atenção especializada

Expansão do PROADI, troca de dívidas, sistema de filas e provimento federal estão entre as iniciativas do Ministério anunciadas pelo secretário-executivo Adriano Massuda

O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Adriano Massuda, disse na sexta-feira, 9, que o ministro Alexandre Padilha irá anunciar ainda em maio um conjunto de iniciativas que visam fortalecer as relações público-privadas e a atenção especializada no Sistema Único de Saúde (SUS), que irão “virar a chave da história do país”. As propostas surgem no âmbito da discussão sobre a reformulação do Mais Acesso a Especialistas.

As informações foram apresentadas no Seminário LIDE – Saúde, que ocorreu em São Paulo, e teve como tema “O novo papel e as perspectivas do SUS”. Com membros do setor privado, academia e gestores, o evento organizado pelo grupo que reúne líderes empresariais buscou criar pontes e ampliar o diálogo entre os setores.

Massuda apresentou as iniciativas que irão compor o pacote de ações que será lançado neste mês. De acordo com ele, o Ministério irá fortalecer a utilização da capacidade ociosa de estabelecimentos públicos e privados, utilizando dívidas como troca para a prestação de serviços de saúde ao SUS.

Na ocasião, Adriano Massuda confirmou que o envolvimento das operadoras de planos de saúde está em estudo. “A ideia é ter mais eficiência na identificação dos ressarcimentos ao SUS e uma melhor utilização desses recursos para enfrentar a redução do tempo de espera em filas especializadas”, disse ele em entrevista a Futuro da Saúde.

Também está no escopo dessa iniciativa a ampliação do número de hospitais privados do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS), com foco em áreas decisivas para o sistema público, como a atenção especializada da oncologia.

O número dois da pasta afirma que está previsto um sistema de informação para reconhecer a fila e o tempo de espera nos diferentes níveis de gestão, que utilizem coordenação nacional e regionalizada. A partir dele, será possível acompanhar a demanda de tratamentos e dimensionar a oferta assistencial necessária para fazer atendimento a essa população. “Hoje o Ministério da Saúde não consegue ver ainda as pessoas que aguardam. Consegue no transplante, mas no câncer, na cirurgia cardíaca e em determinados procedimentos que são fundamentais para termos uma intervenção e um tempo de espera”, disse Massuda.

Por último, o ministro Padilha deve anunciar uma ação federal para fortalecer a atuação do SUS em vazios assistenciais. De acordo com o secretário-executivo, a ideia é que o Ministério da Saúde consiga levar atendimento direto aos usuários em localidades que estão desassistidas. “Em um país continental como o Brasil, com inúmeras desigualdades, têm regiões do país como a Amazônia e áreas indígenas onde a saúde não chega da maneira como o SUS está colocado, só com repasse de recursos para estados e municípios. Para enfrentar determinadas filas, a ação federal tem que ser mais incisiva”, afirma.

 

Fonte: Futuro da Saúde