Quando pensamos em empresas de diversos tamanhos nem sempre olhamos com carinho para a gestão das pessoas – essa é uma realidade que vivencio em empresas de pequeno e médio porte.
Muitas delas, são empresas familiares que iniciaram a sua gestão e sobreviveram da forma que sabia e como podiam – e um belo dia, a necessidade vem bater à porta: “você precisa cuidar das pessoas que estão em prol do seu negócio.”
Atuo em RH a quase 15 anos e formei a minha carreira em empresas de pequeno e médio porte e em cada nova ‘casa’, o desafio era o mesmo: cuidar da gestão de pessoas, não olhando elas como recursos e alinhando aos objetivos da organização.
A área de Gestão de pessoas, passou por várias evoluções ao longo dos anos, pois como brilhantemente José Ortega, filósofo espanhol, nos apresenta “O homem é o homem e suas circunstâncias” e essas circunstâncias estão cada vez mais frágeis nas relações, ansiosa com as entregas, com expectavas não-lineares, pois testemunhamos acontecimentos que não somos capazes de compreender e tampouco de identificar a origem ou vislumbrar os efeitos.
A pergunta que sempre me deparo é: como falar de gestão de pessoas em um mundo frágil, ansioso, não-linear e incompreensível? E a resposta é: sendo estratégico.
Muitos acreditam que estratégia é uma matéria do curso de administração de empresas ou de gestão de negócios – enquanto, na verdade é a capacidade de criar planos de ações para alcançar metas e objetivos de curto, médio ou longo prazo em um contexto organizacional. Ele é uma visão do futuro e uma orientação para alcançar essa visão.
Para alguns, a estratégia é um talento nato, onde o capacita a ordenar em meio à confusão e achar a melhor saída. Esta perspectiva permite que se veja os padrões onde os outros simplesmente veem a complexidade. Para os talentosos em estratégico a frase: “E se isso acontecesse? Muito bem, mas e se aquilo acontecesse?” estão nas ações do dia a dia.
O RH Estratégico é um desafio emergente em um contexto pós-pandemia e no início da sociedade 5.0 no Brasil, pois olhar para as circunstâncias das pessoas, negócios e comunidade não requer habilidades de diploma, mas entender que pessoas precisam de pessoas.
Ser um RH estratégico é muito além de usar a tecnologia a seu favor – é olhar para o quanto as pessoas podem entregar no contexto que eles estão inseridos e com a capacidade que elas possuem e o quanto eu as reconheça e as potencializo.
Fonte: ABRHSP – por Fabiana Bentamaro