Responsáveis por mais de 61% das internações hospitalares de alta complexidade do país, os hospitais filantrópicos não visam o lucro e dependem de recursos provenientes de doações e de verbas destinadas pelo governo para manter os atendimentos à população. Em entrevista exclusiva concedida ao comunicador João Barbiero, nesta segunda-feira (24), a ministra da Saúde Nísia Trindade destaca que, desde o início da gestão do presidente Lula, o Ministério já destinou quase R$ 2 milhões para estas instituições. “De fato há uma situação de endividamento de muitos desses hospitais, nós temos trabalhado em várias linhas de apoio. Eles são muito diferentes em todo o Brasil, mas alguns desses hospitais são referência em oncologia, e nós estamos com uma linha muito forte de aporte de recursos para tratamento de vários tipos de câncer. Então estamos em um processo de recuperação em diálogo com esses hospitais e com ações concretas, não só no pensamento. Acho que muito mais terá que ser feito”, destaca. Em 2022, as instituições filantrópicas realizaram 331 milhões (8,29%) dos procedimentos ambulatoriais e 5,1 milhões (41,46%) das internações, a partir de um custo de R$ 16,54 bilhões, de acordo com o Governo Federal.
Revisão da tabela SUS
Questionada sobre a atualização da tabela SUS, que é a referência para que o governo remunere os prestadores de serviços à Saúde Pública e que encontra-se em defasagem, a ministra Nísia Trindade revela que neste momento não é possível realizar uma revisão completa, porém para as cirurgias eletivas, por exemplo, o valor da destinação de recursos para os Estados foi dobrado. “Nós estamos progressivamente revendo alguns procedimentos, como é o caso da hemodiálise, da oncologia, em breve será o caso da cardiologia, que teve uma portaria do governo anterior com efeito muito negativo, isso é um consenso entre os secretários estaduais e municipais de Saúde. Mas no meu ponto, em relação à tabela é que nós queremos avançar para o financiamento mais avançado para o Sistema Único de Saúde como um todo, e garantir recursos para que o SUS possa suprir necessidades cada vez mais complexas no Brasil”, completa.
Planos de saúde
A ministra ainda destaca a importância dos planos de saúde para o país, já que responde por cerca de 25% do atendimento de toda a população. “Nós temos uma linha de diálogo com todo o setor de saúde suplementar, até no sentido de alguns problemas que eles detectam e são comuns ao atendimento público também, como terapias que o Brasil poderia já ter uma autonomia maior, que são caríssimas e que são judicializadas muitas vezes, então é a nossa linha do complexo econômico industrial da Saúde, o fortalecimento da atenção primária e uma outra linha que o setor tem apontado muito que é a questão das fraudes, que é algo que está na mira da própria discussão dos planos e das agências reguladoras”, diz. Ela ainda finaliza. “Eu sou mãe, sou avó e vejo que o meu compromisso é com todo o Sistema Único de Saúde e com a equipe que compõe o governo liderado pelo presidente Lula, é trazer de fato cuidado para a população”, conclui.
Fonte: D’Ponta News