De acordo com informações das Tábuas Completas de Mortalidade para o Brasil, realizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa de vida do brasileiro saltou dos 45,5 anos, da população nascida nos anos 1940, para 76,6 anos aos cidadãos da geração de 2019 para cá. Diversos são os fatores que ajudam a explicar esse crescimento de 31,1 anos neste intervalo de tempo, porém, é impossível desconsiderar a evolução tecnológica na medicina como condição fundamental nessa evolução.
A área da saúde sempre foi movida por inovação e tecnologia. A cada nova era podemos observar saltos significativos na procura de curas e tratamentos para as doenças que acometem os seres humanos. Como exemplo mais recente, temos a pandemia da Covid-19.
Além da urgência global na busca por uma vacina, conquistada em muito por conta da tecnologia disponível atualmente, o período foi marcado por acelerar um movimento inevitável da digitalização do setor num todo. Com a necessidade de distanciamento social e restrições de mobilidade, as ferramentas digitais se tornaram essenciais para garantir a continuidade dos cuidados médicos e a segurança dos pacientes e profissionais de saúde. Assim, as consultas virtuais permitiram que os pacientes recebessem atendimento médico sem sair de casa: aplicativos móveis foram implementados, receitas virtuais foram viabilizadas, entre outras ações.
Até mesmo os órgãos mais “tradicionais” se viram obrigados a adotar a transformação digital dentro do seu escopo de trabalho. Um bom exemplo disso é o próprio ConecteSUS, aplicativo desenvolvido pelo Ministério da Saúde logo no início do período pandêmico, que vem contribuindo para que os pacientes acessem informações relevantes de serviços e consultas e ajuda aos médicos a prestar um atendimento mais assertivo tendo em vista os dados coletados desses usuários.
E as transformações do setor não pararam por aí. Sistemas para autoatendimento em totens e dispositivos móveis, dashboards para análise e gestão de dados, câmeras e sensores para validação biométrica, são outros exemplos de ferramentas que trouxeram melhorias para a utilização dos serviços médicos e de saúde no país. Até mesmo a inteligência artificial já está sendo empregada como um benefício direto para o trabalho do profissional da saúde e, consequentemente, para o atendimento do paciente.
A hora é agora
Mesmo com todos esses avanços, muitas empresas ou instituições públicas da área ainda não sabem por onde começar ou não possuem referências técnicas para dar o primeiro passo rumo à transformação digital. O primeiro e mais importante movimento se dá por meio de uma avaliação criteriosa das necessidades e objetivos das marcas, identificando quais áreas poderão se beneficiar desse investimento e analisando as principais dores, necessidades e impedimentos.
Depois disso, chega o momento de estruturar uma estratégia que faça sentido para o contexto do negócio. Nesse momento, a presença de um parceiro estratégico pode ser de extrema importância para a definição de metas, objetivos e planos de ação personalizados, além da colaboração técnica de profissionais qualificados que vão auxiliar durante o processo.
Além disso, é preciso dizer que, muitas vezes, o processo de transformação digital acaba impedido não necessariamente pela falta de interesse dos gestores, mas por fatores como a resistência cultural, a falta de uma visão estratégica clara ou principalmente a falta de capital para um investimento eficiente. Outro desafio que acaba dificultando o desenvolvimento de certos sistemas e aplicações no segmento é a conformidade regulatória, já que as empresas da área precisam estar em conformidade com as regulamentações com relação à privacidade dos dados, sobretudo a LGPD.
Apesar de todos esses pontos, as empresas que conseguem transpor esses desafios conseguem obter maior agilidade para o dia a dia dos profissionais por meio dessas soluções tecnológicas. Em muitos casos, elas também contribuem para a diminuição de custos e promovem maior integração de dados entre variados departamentos, sem contar a maior autonomia gerada aos pacientes, resultando na melhor condução do cuidado integrado por parte das instituições.
A verdade é que a transformação digital na área da saúde assumiu um papel de protagonismo na melhoria dos serviços e na garantia de acesso aos cuidados médicos. O incentivo para a adoção de tecnologias inovadoras tornou-se um movimento fundamental e extremamente necessário para que as marcas assegurem a melhora do atendimento prestado pelos profissionais, assim como gerar maior satisfação aos clientes. Sem dúvida, trata-se de uma relação “ganha-ganha” para todas as partes.
Fonte: Medicina S/A
Por André Dib