Cuidar de quem cuida é fundamental para o setor de saúde. Um estudo recente realizado pelo Programa Brasileiro de Segurança do Paciente (PBSP), mostra qual o impacto financeiro que profissionais envolvidos com a assistência podem provocar no sistema de saúde brasileiro. Com dados de 23 instituições do segmento de todo o país, os prejuízos devem ultrapassar R$ 25 milhões ao ano.
Na pandemia, que foi um período difícil para todos nós em termos de saúde física e principalmente mental, os problemas que tínhamos antes ficaram ainda mais evidentes: ansiedade, síndrome do pânico e depressão por conta do cenário de incertezas aumentaram em quase 30% o número de afastamentos em 2020, segundo a Secretaria Especial de Previdência e Trabalho.
O aumento de ausências no trabalho gera diversas consequências, como a sobrecarga dos profissionais de saúde presentes e a queda na qualidade do atendimento ao público, que fica insatisfeito por não ter atendido às expectativas correspondidas. Ao mesmo tempo, apesar das dificuldades, houve um forte movimento no segmento com o avanço da digitalização com consultas por meio da telemedicina. De acordo com levantamento da Liga Ventures em parceria com a PwC Brasil, o país apresentou um crescimento em 16,1% das healthtechs, com empresas que proporcionam serviços voltados aos cuidados com as pessoas, além de uma movimentação de R$1,79 bilhões em três anos.
Segundo a consultoria global Robert Half, 77,8% dos profissionais em geral consideram a assistência médica o benefício mais importante na hora de aceitar uma oportunidade. Por isso, diversas empresas têm buscado investir em saúde corporativa para trazer o cuidado para mais perto dos colaboradores. Isso geralmente acontece por meio da contratação de profissionais de saúde especializados na área corporativa ou soluções digitais, acompanhar de forma rotineira prevenindo doenças e promovendo bem-estar.
Um estudo realizado pela Gallup-Sharecare, mostra o quanto é importante o investimento em programas de saúde e bem-estar para os colaboradores, porque com isso, os índices de absenteísmo não planejado reduzem em até 41%, assim como há 81% menos intenção de procurar um novo trabalho – o que contribui para a diminuição do índice de turnover, que é um grande gargalo nas companhias, tanto em orçamento quanto em qualidade de atendimento, em especial na área da saúde que cuida das pessoas.
Diante de todo esse cenário, acredito que a tecnologia aliada a humanização dos serviços de saúde, pode sim ser uma grande aliada para a saúde corporativa, a coordenação de cuidado, feita pela equipe de referência, com acesso rápido, fácil e eficiente, permite um acompanhamento contínuo dos colaboradores, prevenindo, tratando e apoiando em todos os momentos, porque cuidar de quem cuida impacta diretamente em todas as pontas do sistema. Cuidando de forma correta e coordenada, melhoramos a saúde física e mental das pessoas e impactamos positivamente a saúde financeira das empresas, diminuindo o absenteísmo e a utilização dos recursos empregados.