Com a crise de desassistência sanitária e nutricional constatada em território Yanomami, o Ministério da Saúde enviou, nesta segunda-feira (23), mais 12 profissionais da Força Nacional do SUS para a região. Eles ficarão concentrados em Boa Vista (RR), onde prestarão serviços na Casa de Saúde Indígena (Casai) e no hospital de campanha que está sendo preparado pelo Exército Brasileiro.
O voo com a equipe decolou da Base Aérea de Brasília por volta das 15h10. São 11 voluntários assistenciais e um da equipe de gestão central. Além dos profissionais, foram enviados equipamentos de atendimento de emergência, como pranchas rígidas e Desfibriladores Externos Automáticos (DEA).
“Essa mobilização é uma das estratégias. Trata-se de uma ação interministerial. Todos os profissionais atuarão de acordo com as determinações do Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública (COE-Yanomami) e da Força Nacional do SUS. É uma situação difícil, em que as pessoas estão morrendo de fome, de desassistência, de falta de acesso à água e bens básicos”, explica o diretor do Departamento de Atenção Hospitalar, Domiciliar e de Urgência (Dahu), Nilton Pereira Júnior.
Segundo Nilton, esta é mais uma providência do governo federal na região. O Ministério da Saúde monitora a todo o tempo, junto à equipe de gestão em Roraima e a Secretaria de Saúde Indígena (Sesai), a necessidade de envio de mais médicos e insumos.
Entre os integrantes da comitiva, está o enfermeiro José Henrique da Silva Júnior, 50 anos, de Brasília (DF). Ele participa da segunda missão pela Força Nacional do SUS e conta que, como profissional, nunca teve de lidar com situação semelhante antes. “Para nós, o que acontece lá é uma surpresa. Pelo que vimos na mídia, há muito sofrimento, a desnutrição está severa. Espero que consigamos realizar esse trabalho”, disse.
Desastre humanitário
Desde a última segunda-feira (16), equipes do Ministério da Saúde se encontram na região Yanomami, território indígena com mais de 30,4 mil habitantes. O grupo se deparou com crianças e idosos em estado grave de saúde, com desnutrição grave, além de muitos casos de malária, infecção respiratória aguda (IRA) e outros agravos.
Após o retorno da missão, que deverá acontecer no próximo dia 25, a equipe tem cerca de 15 dias para apresentar um levantamento completo sobre a crítica situação de saúde