Sete entre cada 10 usuários da saúde suplementar comprometem até um terço da renda mensal com despesas médicas, como planos, consultas e exames: 59% têm um dispêndio equivalente a 25% dos ganhos e 14% gastam de 25% a 33% do que recebem. Os dados são da pesquisa “O que pensam os brasileiros sobre a saúde no Brasil?”, encomendada pela Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) e realizada pelo PoderData entre 1º e 8 de abril deste ano com 3.056 pessoas acima de 16 anos de 388 municípios, nos 27 estados.
Entre 13% dos entrevistados, a despesa consome 50% da receita e em 7% dos casos, supera este indicador. A sondagem revela ainda que desempregados e pessoas sem renda fixa (13%) são os que desembolsam a maior parcela dos ganhos, comprometendo mais de 50% do orçamento. Em segundo lugar (12%) estão os que recebem entre 2 e 5 salários-mínimos, com a mesma proporção de gastos. Já entre os que possuem renda mais alta, entre 5 e mais de 10 salários-mínimos, a despesa com saúde não ultrapassa 25% dos ganhos em 70% dos casos.
“O comprometimento de um índice de renda tão elevado apenas com saúde não é sustentável e aponta para um problema, porque é um padrão que não tem como se manter por muito tempo”, avalia Antônio Britto, diretor executivo da Anahp.
O estudo aponta também que os homens tendem a gastar mais com saúde do que as mulheres com até 25% da renda. Porém, quando a porcentagem destinada a esse gasto aumenta são elas quem predominam: 23% das entrevistadas destinam até 33% dos seus recursos para este tipo de despesa e 21% injetam entre 33% e 50% dos ganhos. Como comparação, apenas 7% e 6% dos homens, respectivamente, aplicam percentual equivalente de recursos.
Idosos com 60 anos ou mais (24%) e jovens de 16 a 24 anos (23%) são as faixas etárias que predominam entre os que desembolsam de 25% a 33% da renda com planos, exames e consultas. Estes últimos também lideram (24%) no patamar de gasto que vai de 33% a 50%. O percentual mais alto de recursos aplicados – acima de 50% – ocorre entre os pacientes de 45 a 59 anos (13% dos entrevistados).
Na apuração por região, a parcela que destina até 25% da renda é maior no Nordeste (69%), no Sul (63%) e no Centro-Oeste (61%). No Norte e Nordeste essa fatia também predomina, mas com proporções ligeiramente mais baixas, de 57% e 52%, respectivamente. Estão no Sudeste (10%) os usuários que gastam mais de 50% da renda com saúde.
Fonte: Medicina S/A