Paralisação contra defasagem nos repasses a hospitais filantrópicos tem alta adesão

Ao menos 70% das instituições filantrópicas filiadas à CMB (Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos) e às federações estaduais aderiam à paralisação organizada para esta terça-feira (19). O objetivo da manifestação, que integra a campanha “Chega de Silêncio”, foi alertar o poder público sobre a alarmante situação financeira dessas instituições.

A movimentação foi grande nos 17 estados brasileiros nos quais a Confederação possui federações estaduais que mobilizaram os hospitais, promovendo grandes atos públicos e paralisações de atendimentos eletivos (consultas, exames e cirurgias) não-urgentes e reagendados para o mais breve possível.

“Em todas essas capitais e também no interior dos estados, instituições filantrópicas promoveram atos para sensibilizar a população, gestores públicos e deputados federais. Foram abraços simbólicos, palestras, panfletagens, entrevistas para a imprensa e, na grande parte, foi possível reprogramar os agendamentos eletivos das 24h do dia de hoje, para datas próximas, demonstrando a importância e volume do atendimento do setor para o SUS”, destaca o presidente da CMB, Mirocles Veras.

Procedimentos e cirurgias de alta complexidade, especialmente na Oncologia, e o atendimento nas emergências foram mantidos.

As Santas Casas e hospitais filantrópicos requerem a alocação de recursos na ordem de R$ 17,2 bilhões, anualmente, em caráter de urgência, como única alternativa de assunção das obrigações trabalhistas decorrentes do projeto de lei 2564/20, que institui o piso salarial da Enfermagem, com impacto estimado em R$ 6,3 bilhões, porém, sem indicação de alternativa de financiamento; assim como para a adequação ao equilíbrio econômico no relacionamento com o SUS.