A maior cidade brasileira começou, nesta sexta-feira (18), a aplicar a segunda dose de reforço da vacina contra a Covid.
Os idosos puxaram a fila da vacinação contra a Covid, foram os primeiros a receber a dose de reforço e agora estão de volta para uma nova etapa.
“Quarta dose, né? Quarta dose: o reforço do reforço”, diz a aposentada Ana Maria Queiroz Telles.
“Vim trazer a minha mãe, que tem 96 anos, e veio tomar a quarta dose. Acho que é a melhor forma de a pessoa se proteger e proteger os outros”, diz a aposentada Selma Trotti.
A maior cidade do país começou nesta sexta a aplicar a segunda dose de reforço contra a Covid em idosos com 80 anos ou mais. A recomendação partiu do Comitê Científico da Covid do estado de São Paulo, que diz ter levado em consideração o alto índice de mortalidade nesta faixa etária durante o pico de transmissão da variante ômicron.
Os idosos são mais suscetíveis a desenvolver sintomas graves da Covid. Isso vale, inclusive, para quem tem boas condições de saúde. É que, com o passar do tempo, o nosso sistema de defesa perde eficiência e passa a responder mais lentamente às infecções. Para essas pessoas, a vacina é um aliado ainda mais indispensável.
“Nós sabemos que os idosos maiores de 80 anos apresentam uma diminuição na resposta imune pela própria idade. Então, vários países, na Suécia, por exemplo, que estão recomendando uma quarta dose para os maiores de 80 anos”, esclarece Denise Garret, vice-presidente do Instituto Sabin de Vacinas.
A Organização Mundial da Saúde ainda não tem uma posição definitiva sobre a necessidade da quarta dose, mas alguns países já se anteciparam.
Em Israel, quem tem mais de 60 anos começou a receber o segundo reforço em janeiro. Nos Estados Unidos, é apenas para quem tem alguma doença que afete o sistema de defesa do organismo, os imunossuprimidos – é a mesma recomendação feita até agora pelo Ministério da Saúde no Brasil.
Enquanto São Paulo ampliou a aplicação da quarta dose, outros estados ainda enfrentam dificuldades para aplicar a primeira dose de reforço.
No Amapá, Pará e Roraima, o percentual da população acima de 18 anos com o esquema vacinal completo não chega a 20, e apenas São Paulo e Paraíba já conseguiram ultrapassar os 50% de vacinados.
Segundo o Ministério da Saúde, 59 milhões de brasileiros estão com o primeiro reforço atrasado.
“Enquanto o vírus continuar circulando nesses estados de baixa cobertura vacinal, nós vamos ter chances de desenvolvimento de novas variantes, e também não há fronteiras. Enquanto continuar circulando num estado hoje, vai chegar no seu estado independente de já estar usando quarta dose ou não. A melhor estratégia é de diminuir a desigualdade vacinal no país como um todo”, reforça a epidemiologista.
Fonte: G1