Testes para diagnosticar hanseníase estarão disponíveis no SUS

Data: 18/02/2022

Doença transmissível e de caráter crônico, a hanseníase é um problema de saúde pública que ainda gera estigmas e discriminação devido ao desconhecimento. Com objetivo de chamar atenção para o tema, o Ministério da Saúde apresentou, no dia 25 de janeiro, uma série de ações do Janeiro Roxo, mês escolhido para informar a população e desmistificar a doença.

No Sistema Único de Saúde (SUS), o diagnóstico e tratamento são oferecidos de forma integral e gratuita e, neste ano, conta com um reforço inédito: a inclusão de novos testes laboratoriais complementares ao diagnóstico da hanseníase, entre eles um teste rápido. Com essas incorporações, o Brasil será o primeiro país do mundo a ofertar em nível assistencial, de forma universal e no sistema público de saúde, um teste rápido para apoiar o diagnóstico, que ainda é essencialmente clínico, baseado na avaliação minuciosa do paciente, especialmente de pele e nervos periféricos.

A novidade foi anunciada durante o evento com participação do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.

Em 2022, o Ministério da Saúde deve investir cerca de R$ 3,7 milhões para essas novas testagens. O GenoType LepraeDR e o NAT Hans, por serem testes de biologia molecular e requererem uma estrutura laboratorial mais avançada, deverão ser ofertados nos Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacen), inicialmente em 10 estados até o final de 2022. O objetivo é alcançar as 27 unidades federativas até o final de 2023. Já o teste rápido imunocromatógrafico será ofertado nas Unidades Básicas de Saúde.

De 2016 a 2020, foram diagnosticados 155,3 mil casos novos de hanseníase no Brasil. Desses, 86,2 mil ocorreram no sexo masculino, o que corresponde a 55,5% do total. No mesmo período, foram 19,9 mil casos novos de hanseníase com grau 2 de incapacidade física – o mais grave. Em alguns casos, o paciente é encaminhado para serviços de referência para confirmação diagnóstica e, quando necessário, para acompanhamento.

Para evitar agravamento e sequelas, é fundamental iniciar o tratamento o mais rápido possível. Isso porque a doença atinge pessoas de ambos os sexos e de todas as faixas etárias, podendo apresentar evolução lenta e progressiva e, quando não tratada, pode causar deformidades e incapacidades físicas.

Fonte: Conass