A Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Mauá, instituição filantrópica de direito privado, considerada de utilidade pública pelas 3 esferas governamentais, foi fundada em 9 de março de 1963 por um grupo de amigos liderados pelo senhor Elio Bernardi com o objetivo de implantar, no já emancipado município de Mauá, um serviço de saúde que possibilitasse aos moradores, atendimento médico local sem a necessidade de deslocamentos aos municípios vizinhos de Santo André e São Bernardo do Campo tendo sido, por muitos anos, o único estabelecimento hospitalar da cidade de Mauá e foi, também, o único estabelecimento da região do Grande ABC que nunca interrompeu os atendimentos aos usuários dos serviços públicos de saúde.
Entre os fundadores podemos destacar, além de Elio Bernardi, os senhores Antonio Paulino Pinto Nazário, Ernesto Pires Barbosa, José Valdemir Barbosa, Harry Horst Walendy, Glaucia Aguiar Walendy, Francelino Fernandes Júnior, Nelson Chiarotti e Everaldo Brito Costa, entre outros.
Durante os três primeiros anos de existência foram desenvolvidos diversos trabalhos e eventos que objetivaram, além de definir o local de instalação, obter, através de doações, materiais e equipamentos que possibilitassem a implantação do futuro hospital.
A Prefeitura Municipal, por sua vez, desapropriou a sede da Juventude Operária Católica – JOC – para, em seguida, ceder o prédio em comodato à Irmandade para instalação do tão esperado hospital.
Finalmente, em 12 de junho de 1966, foi inaugurado o Hospital Imaculada Conceição, que inicialmente contava com dois médicos, os doutores Caio Willians de Castro e João de Camargo Filho e cujas atividades de enfermagem eram desenvolvidas por freiras oriundas de Santa Catarina (do atual Convento de Santa Paulina). O primeiro paciente a permanecer internado no hospital, antes mesmo da inauguração oficial, foi o saudoso Monsenhor Alexandre Venâncio Árminas.
As décadas de 70 e 80 foram fundamentais para a consolidação da imagem do hospital junto à população de Mauá, época em que a Santa Casa dedicava aproximadamente 95% de seus atendimentos aos serviços públicos de saúde e aos mais carentes mas, apesar de ter seus trabalhos reconhecidos e qualificados, passava por graves problemas financeiros decorrentes da baixa remuneração dos serviços, pelos constantes atrasos nos pagamentos e pela inflação que consumia o poder de compra dos recursos, impossibilitando novos investimentos em equipamentos e instalações.
Já na década de 90, ciente de que seria praticamente impossível manter a instituição funcionando apenas com recursos dos serviços públicos de saúde, a Santa Casa criou seu Plano de Saúde próprio, ocupando um nicho de mercado, até então inexplorado, que era o dos planos populares, destinados àqueles usuários que, apesar de ter um poder aquisitivo um pouco maior não conseguiam adquirir, por conta do preço, nenhum dos planos de saúde existentes no mercado.
A criação do plano de saúde gerou novos investimentos e incrementos de especialidades, abrindo a possibilidade de passar a atender também a outros convênios e também particulares, criando assim um círculo virtuoso de crescimento que, aliado às subvenções e financiamentos obtidos juntos aos órgãos estaduais e federais da saúde e à criação do SUS – Sistema Único de Saúde, permitiram o salto de qualidade da Entidade na entrada do século XXI, sem que a Entidade deixasse de atender aos seus objetivos estatutários.
Esse ganho qualitativo da Santa Casa foi também resultado da implantação de modernos conceitos de administração gerencial, nos moldes utilizados pelos mais diversos grupos empresariais privados, com os quais foi possível a criação de sistemas de controles internos, o acompanhamento da evolução das receitas e dos custos e despesas, a elaboração de relatórios de desempenho, entre outros sistemas e controles necessários à maximização dos recursos que ingressam na Irmandade.
Atualmente a Santa Casa de Mauá conta com Pronto Atendimento Adulto e pediátrico, 80 leitos, sendo 17 em Unidade de Terapia Intensiva – UTI (10 adultos e 7 neonatais), centro cirúrgico com 4 salas, 30 apartamentos, centro ambulatorial de especialidades médicas, laboratório de análises clínicas, Tomografia Computadorizada e raio X, aproximadamente 150 médicos e 540 funcionários, distribuídos numa área de oito mil metros quadrados de construção e tem como objetivo de curto prazo a total informatização do complexo hospitalar que contribuirá para o aumento da produtividade além de melhorar substancialmente os processos de controles gerenciais internos e, de longo prazo, a aquisição de equipamentos para diagnósticos por imagem de alta tecnologia como ressonância magnética, a construção de mais 20 apartamentos, a criação de leitos de retaguarda para atendimento ao SUS e a implantação de auditório para eventos, tanto institucionais quanto de formação e aprimoramento profissional. No projeto de expansão, a Santa Casa de Mauá passará a contar com quinze mil metros quadrados de área.
Para finalizar, há que se destacar a belíssima Capela existente no centro do complexo hospitalar, utilizada para a realização da missa semanal dos enfermos, cuja pintura, realizada por Emeric Marcier entre 1944 e 1945 e restaurada em 1995 constitui, na opinião dos críticos de arte, um dos mais belos conjuntos de obra religiosa do Brasil, sendo considerada por muitos como a Sistina Brasileira.
Outros textos a serem ressaltados:
A UTI do Hospital Imaculada Conceição é uma das mais modernas do ABC, abrigando 10 leitos adultos e 7 leitos neonatais;
A lavanderia lava cerca de 15 toneladas de roupa por mês (há 50 anos eram somente 2 toneladas);
A Cozinha serve cerca de 8.500 refeições por mês (eram aproximadamente 1.000 em 1966);
Chegaram a nascer 680 crianças por mês na Santa Casa de Mauá, que já ajudou mais de 170.000 mauaenses a chegarem ao mundo;
A Santa Casa de Mauá atende, por ano, 180.000 consultas (quase 45% da população de Mauá);
Mais de 190.000 pessoas ficaram internadas na Santa Casa de Mauá nos últimos 50 anos;
Mais de 150 médicos e 540 colaboradores mantém o funcionamento do Hospital.