Desde o início da pandemia, o Ministério da Saúde vem reduzindo drasticamente o financiamento de leitos de UTI covid. O que acontece em São Paulo exemplifica um problema enfrentado por todos os Estados brasileiros. Em agosto, quando o Estado atingiu o maior número de leitos ativos (5.085), a proporção custeada pelo governo federal era de 2.367 (46,5%). Na época, São Paulo já registrava uma redução do número de casos e óbitos pela covid-19. Agora, em fevereiro, no momento em que as infecções estão em alta novamente, a taxa de vagas bancadas com verba federal é de apenas 11,4%. No período, a redução de leitos financiados pelo ministério é de 76,2%.
A queda no apoio do governo federal a Estados e municípios acontece por falta de planejamento orçamentário. No ano passado, o Congresso aprovou a proposta de emenda à Constituição (PEC) que criou o chamado “orçamento de guerra”, destinado exclusivamente a ações de combate à pandemia de coronavírus. O Ministério da Saúde ficou com orçamento de R$ 51,1 bilhões. Ao longo de 2020 esse dinheiro foi utilizado para diversas ações, entre elas o financiamento dos leitos.
Fonte: Jornal Estadão