Como encarar o diagnóstico de uma doença incurável ou potencialmente fatal? O que fazer ao receber uma notícia tão dolorosa? Em casos assim, o melhor caminho é buscar um serviço dedicado aos cuidados paliativos, uma abordagem reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e direcionada ao bem-estar do paciente e não exclusivamente na doença. ”O foco é na qualidade em lugar da duração da vida. Muitas pessoas desconhecem o que sejam os cuidados paliativos e chegam a confundir com eutanásia. A filosofia dos cuidados paliativos afirma a vida e não acelera nem adia a morte, que é um processo natural. O propósito é garantir que o paciente tenha conforto e qualidade de vida. A equipe envolvida no cuidado ao paciente atua de forma a prevenir e aliviar seus sintomas”, explica a geriatra e paliativista Carla Quintão, do Hospital São Francisco na Providência de Deus (HSF-RJ). “Trabalhamos no sentido de reduzir o sofrimento do paciente, por meio da identificação precoce, avaliação e tratamento correto de sintomas e outros problemas que possam surgir”, esclarece ela.
A médica destaca que entre as doenças que mais levam os pacientes a necessitar de cuidados paliativos estão o câncer; doenças crônico-degenerativas, como demência; síndrome de fragilidade, condição que deixa pessoas idosas mais vulneráveis a doenças ou estresses agudos; doença renal crônica, insuficiência cardíaca e doença pulmonar obstrutiva crônica.
No HSF, os cuidados paliativos são dispensados aos pacientes tratados na Unidade de Transição de Cuidados, coordenada por Carla Quintão. “Contamos com uma equipe multidisciplinar e tratamos pacientes em fase pós-aguda de diversas doenças que necessitam de cuidados exclusivos. Atuamos para que possam retornar para casa, mas alguns encontram-se em condição de maior dependência e necessitam de cuidados continuados e especiais. Para pacientes com doenças incuráveis, como neoplasias e doenças degenerativas, desenvolvemos um plano de cuidados com ênfase no acolhimento e humanização, a fim de proporcionar alívio do sofrimento, seja ele físico, psicossocial ou mesmo espiritual”, diz a chefe do serviço de cuidados paliativos do Hospital.