Câmara Municipal de São Paulo receberá debate sobre Febre Amarela

A Câmara Municipal de São Paulo, através do gabinete do vereador Gilberto Natalini (PV), realizará mais um Ciclo de Debate Município Saudável, agora abordando o tema Febre Amarela: suas causas e consequências. O palestrantes serão o Dr. Marcos Boulos, responsável pela Coordenadoria de Controle de Doenças da Secretaria do Estado de São Paulo e a Dra. Cristina Shimabukuro, diretora da COVISA da Prefeitura de São Paulo.

A febre amarela voltou a chamar a atenção no início deste ano, depois que casos em macacos e humanos voltaram a ser registrados no país. O retorno da doença ocorre meses após seu maior surto no Brasil, no primeiro semestre de 2017. O número de casos de pessoas com febre amarela silvestre no estado de São Paulo em 2018 subiu para 202 e 76 mortes. Diante dessa situação, houve ampliação da vacina em diversas partes do país, principalmente em áreas florestais. Morreram 118 macacos por febre amarela na cidade. A meta na capital é imunizar 3,9 milhões de pessoas, até o momento foram vacinadas 1,7 milhão, 43,5% da meta.

O professor Marcos Boulos, responsável pela Coordenadoria de Controle de Doenças da Secretaria do Estado de São Paulo e coordenador do Departamento de Moléstias Infecciosas e Parasitárias da Faculdade de Medicina da USP, acredita que centros urbanos estão livres do vírus, as pessoas em situação de risco são principalmente moradores de áreas florestais e viajantes, constituindo o grupo prioritário de vacinação. Ele garante que a dose fracionada é extremamente eficaz, tem duração de 8 anos e começou a ser distribuída no dia 25 de janeiro. Por fim, o professor Boulos esclarecerá quais grupos de pessoas devem ou não ser vacinados; por exemplo, idosos devem fazer uma avaliação prévia e crianças com menos de 9 meses não devem receber a dose, assim como os alérgicos a ovo e os imunodepressivos.

Ciclos de Transmissão

Silvestre: O mosquito pica um macaco infectado e depois pica o homem, transmitindo a doença.
Urbano: Não é registrado no Brasil desde 1942. O mosquito pica um homem infectado, e depois pica outro homem; não há transmissão direta entre humanos. Nesse caso o mosquito é o Aedes aegypti.

Sintomas

Primeira fase (3 dias)
– Dor de Cabeça
– Febre baixa
– Fraqueza e Vômitos
– Dores Musculares, principalmente nas costas
– Dor nas articulações

Segunda fase (cerca de 24h)
– Diminuição dos sintomas
– Sensação de Melhora

Terceira Fase
– Febre alta
– Icterícia
– Inflamação no fígado e rins
– Vômitos com sangue
– Urina escura
– Sangramento na pele
– Olhos avermelhados
– Evolução até a morte

Prevenção

Vacinação:
– Dose integral (0,5 ml): vale para a vida toda
– Dose fracionada (0,1 ml): vale por pelo menos 8 anos; será dada nas campanhas de vacinação de SP, RJ e BA
– Crianças: devem tomar a partir dos 9 meses (ou 6 meses em áreas de risco)
Para evitar picadas
– Usar repelente (evitar os que também têm protetor solar)
– Aplicar o protetor antes do repelente
– Não usar repelentes em crianças com menos de 2 meses
– Evitar perfume em áreas de mata
– Vestir roupas compridas e claras (ou com permetrina)
– Usar mosqueteiros e telas

Controle do mosquito

– Evitar água parada e tomar os mesmos cuidados da dengue, porque há risco de a doença ser contraída pelo Aedes aegypti (o que não acontece no Brasil desde 1942)
Distância de áreas de risco
– Evitar áreas de mata com registros da doença; caso vá viajar a esses locais, tome a vacina ao menos dez dias antes.

TRATAMENTO

– É apenas sintomático, com antitérmicos e analgésicos (anti-inflamatórios e salicilatos como AAS não devem ser usados).
– Hospitalização quando necessário, com reposição de líquidos e perdas sanguíneas.
– Uso de tela, por exemplo, para evitar o contato do doente com mosquitos.

Serviço:
Ciclo de Debate Município Saudável- Febre Amarela
Data: 23/02
Horário: 9h
Local: CMSP- Auditório Prestes Maia
Vd. Jacareí, 100- 1º andar